Temos muito orgulho pelo pioneirismo de nossa destilaria ao utilizar o pinhão na composição do gin. A adição desta semente maravilhosamente saborosa dá ao Ivaí Gin um sabor único, tipicamente paranaense, adicionando assim um distinto toque brasileiro ao nosso gin.

O Pinhão do Pinheiro-do-Paraná, ou simplesmente “Pinhão”, é a semente da Araucária (Araucaria Angustifolia), também conhecida como Pinheiro-do-Paraná ou Pinheiro Brasileiro. 

Árvore símbolo do Estado do Paraná, a Araucária está representada na bandeira do estado desde 1892, na forma do ramo direito que, junto com o erva mate, dá suporte ao globo azul central daquele estandarte.  O Paraná abriga a maior quantidade de araucárias do Brasil, motivo pelo qual é frequentemente chamado Terra do Pinhão.  Tamanha é a importância da Araucária no estado do Paraná que alguns municípios como Curitiba, sua capital, oferecem generosas isenções fiscais aos moradores que as plantam em suas terras.

A Araucaria é um gênero de árvore conífera perene da família Araucariaceae.  Embora várias línguas se refiram à espécie como um “pinheiro”, ela na verdade não pertence ao respectivo gênero Pinus.  A árvore da Araucária tem um enorme caule ereto que atinge, aproximadamente, 40 metros de altura e 1 metro de diâmetro na altura dos olhos.  Seu aspecto distinto lembra a elegante forma de um candelabro.  Os galhos geralmente crescem na metade superior da árvore, e os galhos horizontais se espalham em espirais com uma incomum aglomeração de folhas.  As folhas são grossas, coriáceas, duras e escamadas, com formato triangular e comprimento variado entre 3 e 6 cm.  As folhas, com bordas e pontas afiadas como navalhas, vivem entre 10 e 15 anos e cobrem a maior parte da árvore, exceto o tronco e galhos mais velhos. 

A Araucária é geralmente dióica, com os cones masculinos e femininos localizados em árvores separadas.  Os cones masculinos (pólen) são oblongos, com cerca de 6 cm de comprimento no início, expandindo-se para 10 a 18 cm de comprimento e 15 a 25 mm de largura quando o pólen é liberado.  Como todas as coníferas, a Araucária é polinizada pelo vento.  Os cones femininos (sementes) ficam no alto da árvore e amadurecem cerca de 18 meses após a polinização.  São pinhas globulares e grandes, de diâmetro variado entre 18 – 25 cm, e contêm cerca de 100 – 150 sementes. 

Na maturidade, as pinhas liberam as sementes (os pinhões) de forma espetacular. Elas se partem ao dilatarem sob sol do meio-dia após o frio da manhã, e espalham as sementes do pinhão num raio de até 50 metros da árvore.  Muitas das sementes são forrageadas por cutias, esquilos e pássaros, como a gralha azul, que engenhosamente os estocam para se alimentar. Isso faz com que surjam muitas novas Araucárias, pois, ao serem esquecidos fortemente encravados no solo, muitos desses pinhões acabam brotando em árvores que crescem no local 

Uma Araucária adulta pode ter até 300 pinhas, que rendem cerca de 250 kg de pinhões.  De cor marfim e semelhante a uma noz alongada envolvida por uma casca espessa e acastanhada, o pinhão é uma semente comestível com cerca de 6,5g a 8,5g e 4 a 5 cm de comprimento. O pinhão é protegido por duas camadas, sendo uma interna, que adere à semente, e outra externa, formando uma capa muito resistente.  É rico em vitamina B, cálcio, fósforo e proteínas.  Os pinhōes são geralmente fervidos em água ou torrados diretamente sobre a chapa de um fogão a lenha, e é utilizado em várias preparações culinárias ou medicinais.  Além de ser apreciado individualmente como aperitivo de inverno, as duas receitas mais tradicionais em que se utiliza o pinhão são a Paçoca de Pinhão (pinhão moído misturado com carne-seca) e o Entrevero (pinhōes misturados em um cozido de legumes com carne).   O pinhão é também muito utilizado na medicina popular. Acredita-se que tenha propriedades anti-úlcera e antiviral, além de ser neuroprotetor, antidepressivo e anticoagulante.

Ficamos entusiasmados com a ideia de experimentar o pinhão como ingrediente botânico em nosso gin, e ao fazê-lo, não ficamos desapontados.  O pinhão é um botânico versátil, e há muitas maneiras de utilizá-lo no gin. Nosso Mestre Destilador passou semanas fazendo todos os tipos de experimentos com o pinhão, incluindo vários métodos diferentes de prepará-lo para destilação. Alterou a quantidade usada, empregou diferentes métodos de introdução do pinhão no processo de destilação, e alterou a proporção dos outros botânicos.  Finalmente, o Mestre Destilador teve seu momento “Eureka” e, com o tempo, descobriu o método e o equilíbrio perfeitos para utilizar o pinhão no destilado.

As moléculas dominantes no pinhão são amilose e amilopectina, junto com catequina, epicatequina, ácido protocatéhuico, fenilalanina, tripsina, valina, metionina e uma abundância de compostos fenólicos.  Aliados a um vasto leque de antioxidantes, eles fazem com que o pinhão dê ao aroma e sabor do nosso gin um toque quente e terroso de nozes, sendo assim um acompanhamento perfeito para o zimbro.  Ao mesmo tempo, com viscosidade relativamente alta, o pinhão realça sutilmente a sensação no paladar.   O Pinhão é sem dúvida um marco na destilação do gin.

Empregamos um processo de destilação abrangente e devidamente controlado no Ivaí Gin , que não apenas cumpre, mas excede todos os requisitos normativos e legais do Brasil, e do mundo, especialmente a União Européia.  Em 3 de maio de 2007, a Autoridade Européia para a Segurança Alimentar concluiu que, durante um processo de destilação adequado, proteínas e peptídeos não devem ser transportados para o destilado (EFSA-Q-2006-141).  Adequadamente à regra, quando destilamos com o pinhão, suas proteínas e os peptídeos não são transportados para o destilado.  Ou seja, qualquer pessoa que sofra de alergia a nozes pode consumir nosso gin com segurança, visto que não sofrerá reação alérgica alguma decorrente de seu consumo.