Alcaçuz é o nome comumente dado à Glycyrrhiza Glabra, planta da família do feijão Fabaceae. É uma leguminosa herbácea perene, nativa da Ásia Ocidental, Índia e Sul da Europa, que cresce até 1 metro de altura. Possui folhas pinadas com cerca de 7 a 15 cm de comprimento. As flores, de cor púrpura a azul esbranquiçado pálido, têm cerca de 1 cm de comprimento. O fruto é constituído por uma vagem oblonga com cerca de 2 a 3 cm de comprimento, contendo várias sementes. O extrato de alcaçuz tem sido usado na fitoterapia e na medicina tradicional há séculos.
A raiz do alcaçuz é uma planta doce e lenhosa da qual podem ser extraídos sabores aromáticos semelhantes ao mel. A raiz, usada como botânico em nosso gin, é estolonífera. Isso significa que o caule da planta cresce logo abaixo do solo, formando raízes adventícias nos nós, e novas plantas a partir dos botões. A palavra “alcaçuz” deriva do grego “glykorrhiza“, palavra que significa “raiz doce”, onde “glukus” é “doce” e “rhiza” é raiz. Sua doçura é 30 a 50 vezes maior que do açúcar. Doçura essa, porém, muito diferente do açúcar, por ser menos instantânea e mais ácida e duradoura.
A essência da raiz de alcaçuz vem de uma combinação complexa e variável de compostos, incluindo anetol, glicirrizina e enoxolona. A raiz de alcaçuz carrega cheiro e sabor únicos. É semelhante ao anis, à erva-doce e à ulmária, mas sem suas qualidades mentólicas. Um sabor suave, semelhante ao do feno, surge junto com um açúcar forte, brilhante e cristalizado. Quando destilada, seu sabor não muda muito e traz consigo todas essas qualidades para um gin. Possui, também, uma capacidade muito poderosa de mudar a textura e a sensação de um gin ao paladar, trazendo qualidades oleosas e viscosas ao destilado.
Um equívoco comum associado ao alcaçuz no gin é que a raiz de alcaçuz é semelhante aos doces de alcaçuz. Isso está, porém, muito dissociado da verdade.